A queda de
energia elétrica deixa o ambiente tenso, Anne não acredita no que está vendo.
Eduardo como sempre religioso tem uma explicação para tudo aquilo, os espíritos
querem mostrar algo a Anne.
- Querida não se assuste, apenas deixe-os mostrar o
que querem.
- Porque está falando no plural? Tem mais de um? -
questiona aflita.
- Estamos cercados Anne! - murmurou ao lado de sua
ex-noiva.
" Camélia" - repetida diversas vezes por uma
voz sussurrada e triste.
Está foi a palavra pronunciada e escutada por Eduardo
e Anne. As luzes se acendem novamente e eles se deparam sozinhos na sala.
- Você acha que devo procurar a polícia? Talvez um
padre, bispo, pastor... Na pior das hipóteses um exorcista? - brinca Anne
sentindo o medo invadir seu corpo.
- Me disse que um policial te procurou, peça ajuda a
ele. Anne seu pai está tentando te passar uma mensagem. A garota senta no sofá, deixando seu corpo
relaxado o quanto pode.
- E ele não podia fazer isso nos meus sonhos, talvez
escrever um email do além! - brinca nervosa com o que estava acontecendo -
Preciso descansar Edu, se puder me deixar sozinha...
- Não quer que passe a noite com você?
As luzes pisca novamente. Anne olha para a Lâmpada da
sala depois para Edu.
- É melhor não! - sorri sem animação.
Eduardo entende o recado passado pelos olhos de Anne.
- Qualquer coisa me liga, vou estar sempre a sua
disposição! - Eduardo se despede dando um beijo no rosto de Anne.
Em seu quarto Anne anda de um lado para outro. Ela se
lembra de uma caixa de recordações que deixava em seu guarda roupa. Ela
despejar as lembranças sobre a cama, procura qualquer coisa que a leve a "
Camélia" ou qualquer outra pista.
- Papai nunca fui boa em enigmas, odeio caça palavras
ou jogos de adivinhação! - reclama olhando as fotografias - Preciso de uma
bebida, talvez clareie minhas idéias.
Na sala Anne enche seu copo de uísque, as luzes voltam
a piscar. Ela toma o líquido em um gole só, a bebida queima seu estômago vazio.
- Qual é? Agora não posso nem beber um drink - reclama
olhando para o copo vazio.
Anne sente a presença de algo na sala. Ele pega o
litro de uísque e o copo e caminha para seu quarto. Anne sente que está sendo
seguida, que alguem a observa.
- Chega! - grita - Eu preciso pensar... Não consigo
fazer isso com você me pressionando!
Ela enche seu copo novamente e deixa o litro sobre a
cabeceira de sua cama. Anne senta na beirada da cama e bebe seu drink
novamente. O litro de uísque na cabeceira cai ao chão se despedaçando em
milhares de pedaços.
- Porque não aparece? Vamos mostre sua cara... Sabe
quanto custa esse uísque? Papai que brincadeira sem graça, apareça logo -
reclama furiosa olhando para todos os cantos de seu quarto.
A figura de homem é materializada no centro de seu
quarto, a boca entre aberta de Anne revela sua surpresa.
- Merda! - murmurou Anne - Você nem de longe se parece
com meu pai!
Falava observando o homem vestido de preto, a luz
baixa de seu quarto não atrapalhou Anne focar nos olhos daquele desconhecido. O
homem cruza os braços sobre o peito, desafiante.
- Quem é você? - pergunta se levantando da cama,
ficando frente a frente com o homem - Ou melhor o que é você?
Perguntas que o homem não responde, aponta para a
fotografia de pai sobre a cama. Sem desviar os olhos de Anne se aproxima. Ele
ergue a mão, poupando sobre os olhos de Anne, ela sente o toque quente e
reconfortante. Uma dormência invade seu corpo, logo um sono profundo faz suas
pálpebras se fecharem, o desconhecido a leva para cama.
Na
manhã seguinte...
No departamento Rennan vasculha os documentos sobre o
acidente do pai de Anne. Ele se assusta ao levantar a cabeça e ver o rosto a
sua frente. Totalmente relaxada Anne lança um sorriso ao detetive.
- Bom dia! Preciso da sua ajuda. Quero desvendar os
mistérios que rodeiam a morte de meu pai.
Os dois se olham.
Continua...
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