Rennan sente uma dor agonizante
atingir seu peito quando o medico fala que Anne morreu. Ele se recusa aceitar,
segura o medico pelo jaleco erguendo o homem do chão.
- Você não pode a deixarela morrer –
acusa nervoso.
- Doutor, aconteceu um milagre a
paciente baleada... seus batimentos voltaram – disse uma enfermeira entrando na
sala as pressas.
Rennan observa o medico depois a
enfermeira, ele solta o medico que corre para avaliar o estado de Anne.
Uma semana depois...
Disposta a enfrentar a verdade, Anne
conta tudo o que aconteceu com ela, incluindo sua experiência pós morte. Rennan
a observa pensativo.
- Esta tudo bem? Posso entender se me
achar maluca ou esquisita...
- E esse Gabriel, você ainda o vê? –
questiona enciumado.
- Te contei sobre minhas visões, meus
medos e aflições e você esta preocupado se ainda vejo anjo? – questionou
confusa sorrindo com o sentimento expresso no olhar de Rennan – Não verei mais
ele... Só quando morrer.
- Com um concorrente vivo posso
disputar, mas com um anjo... acho que não terei chance.
Os dois riem e se abraçam em seguida.
- Eu te amo – sussurrou no ouvido de
Anne – eu amo cada detalhe seu, desde o sorriso ao seu café que mais se parece
com chá.
- Rennan, eu...
- Eu sei, esta muito cedo para você
sentir o mesmo por mim...
- Na verdade iria dizer que também te
amo – ela sorri e lhe entrega os lábios num beijo apaixonado.
Na noite fria...
No escritório Anne apaga as luzes e se
prepara para sair. Rennan havia ligado um pouco antes dizendo que se atrasaria
para o jantar. Ela fecha a sala, coloca sua bolsa no ombro. No elevador sente
como se não estivesse sozinha , como se alguém a vigiasse, ela se pega sorrindo.
A porta se abre e dá de cara com Eduardo, seu coração dá um salto. Ele aponta uma pistola para Anne, engatilha.
- Vamos dar uma volta querida – fala
por entre os dentes – vá para o estacionamento.
A voz de Eduardo cortava seus sentidos
cada vez que se dirigia a ela.
- Porque esta fazendo isso? Se for
pelo dinheiro, pois bem lhe entrego basta passar o numero da conta.
- Acha que sou idiota? Eu vejo que tem
pessoas na minha cola... porque diabos você teve que sobreviver? Era pra ter
morrido naquela noite te dei dois tiros, inferno mulher – grita em êxtase.
Eles param em frente ao carro de
Eduardo, a visão de uma mulher no volante faz Anne estremecer. Seus olhos
custavam acreditar que aquela mulher fosse...
- Oi amiga – exclamou Daniele – Você
deve estar se perguntando porque você? Vou te dar uma resposta simples e
rápida.
O silencio mais uma vez ensurdece
Anne.
- Você sempre teve tudo... dinheiro,
fama, até mesmo amor – reclamou Daniele se aproximando de Anne – Agora tudo
isso é meu.
Com os olhos lacrimejantes pela raiva
que possuía seu corpo Anne esbofeteia Daniele que lhe devolve o tapa com o
mesmo fervor.
- Vadia – gritou Daniele – Acaba com
ela.
- Aqui?
- É claro, ou quer esperar o
namoradinho dela?
Eduardo aponta a arma para Anne, seus
olhos são fisgados por um sentimento de culpa.
- Me de essa arma – diz Daniele
puxando arma das mãos de Eduardo, ela mira para a cabeça de Anne.
No momento em que engatilha a arma
Rennan aparece por entre os carros, ele dispara, um tiro certeiro atinge a nuca
de Daniele que cai no chão. Uma poça de sangue se forma rapidamente a seu lado,
a arma cai aos pés de Anne. Mas Eduardo não deixa que ela pega a arma e parte
pra cima dela. Os dois brigam pela arma, rolando pelo chão. Um disparo, os
olhos de Anne são levados ao impacto de algo quente lhe atingindo no estomago.
- Anne – gritou Rennan se aproximando
e tirando o corpo de Eduardo de cima dela – Meu anjo acabou, esta tudo bem?
Esta ferida?
Os dois se abraçam enquanto Anne chora
olhando o corpo de Daniele e Eduardo no chão. Com a chegada dos policiais e
investigadores que estavam no caso, Anne se aproxima de uma peça no carro de
Eduardo, embrulhada e escrito sobre o papel em letras negras.
“Coração Negro”
Um investigador se aproxima e olha a
feição curiosa de Anne.
- Essa peça é trazida de Roma, dizem
que quem possui essa peça é capaz de ver Anjos e Demônios. Ela esta avaliada em mais de dois milhões de
euros. Por séculos ela esteve trancada em um museu na Itália, então trazida por
seu pai ao Brasil para uma exposição. Mas após a morte de seu pai
desapareceu... A senhorita esta bem?
Rennan aparece e abraça Anne. Ela abre
a boca para dizer algo, mas ele é mais rápido calando a garota com um beijo.
- Eu sei – diz Rennan com Anne em seus
braços – Acredita que nesta vida tudo tem um por quê? Sabe deveria tentar a
carreira militar, você daria uma ótima delegada.
Os dois caminham sorrindo e abraçados
para fora do estacionamento. A imagem de Gabriel os acompanha até saírem e
sumirem na noite.
Fim...
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