Em um lugar distante da realidade,
longe do que era acostumada a viver no dia a dia, Anne abre os olhos para
encontrar os olhos de seu pai. Gabriel a leva a um lugar onde o céu parecia ser
tocado pelos anjos, foi isso que Anne sentiu a cada vez que abria os olhos era
como se fosse tocada pelo amor e a paz.
- Então é aqui que você passa seu
tempo? – perguntou Anne sentando em um tronco – Meu pai também esta aqui?
- Ele e todos os outros que tem algo
para ser resolvido na terra. Este é o campo,
a sala de espera – Gabriel sorri e segura nas mãos de Anne – Quando esta
historia acabar e você seguir em frente, não iremos mais nos ver... é provável
que nos vejamos daqui a alguns anos quando chegar a sua hora, mas não pense
nisso, porque até você vai ter dois filhos, vai morar no campo e ser feliz com
seu detetive – as palavras de Gabriel saiam em desagrado.
- Você conhece meu futuro? – questiona
curiosa
- Conheço cada palavra, cada detalhe
do que ira acontecer, conheço seus medos e suas perguntas que quase sempre não
terá resposta – concluiu sorrindo.
Os dois olham a água brilhante de um
lago a frente deles.
- Nunca passou por minha cabeça voltar
a ser humano... até conhecer você, até estar com você. Desejo tanto poder te
tocar, sentir seu perfume... e agora posso fazer – disse se aproximando e
tomando os lábios de Anne.
Os dois se entregam ao beijo.
Amor? Não, aquilo era mais do que um
sentimento. Destinos traçados por almas diferentes.
O beijo se prolonga, os lábios de
Gabriel ficam dormentes. O desejo invadia seu coração. Os lábios de Anne
começam a queimar os dele.
- O que você é? Algum tipo de anjo? –
pergunta ao ver a dor nos olhos de Gabriel.
- Sou o Anjo responsável pela vida na
terra, quando à hora de partir chegar, eu trago eles para este lugar até
completarem sua trajetória.
- O anjo da morte – acusou Anne – Você
foi buscar meu pai... você poderia ter deixado ele sobreviver, ter dado mais
uma chance pra nós.
- Na verdade não, filha – disse um
homem em trajes brancos, Anne mal podia olhar para ele de tão reluzente era.
- Papai, meu deus, obrigado – exclamou
correndo para os braços de seu pai – Papai eu te amo tanto, as vezes sinto que
sua falta vai me sufocar de tão grande é a dor em meu peito.
- Sempre dramática essa menina, nunca
vai crescer de verdade, não é mesmo? – perguntou sua madrasta se aproximando e
abraçando a eles.
Os três deixam o amor tomar conta, as
lagrimas nos olhos de Anne se misturavam com as de seu pai. Um amor que podia
enfrentar as barreiras do tempo. Gabriel sorri e finge tossir, chamando a
atenção dos três.
- A Anne tem pouco tempo, se quer
dizer algo a ela tem que ser agora – disse se aproximando deles – Por mais que
eu a queira aqui tenho que devolver sua alma a seu corpo em poucos minutos.
Eles sentam na grama, a conversa flui.
Lagrimas, decepção e raiva. Anne não podia acreditar no que escutava, mas era
seu pai quem dissera e dele nunca iria duvidar. Gabriel pena nas mãos de Anne,
ela sabe que é hora de partir. Depois de um forte abraço em seu pai e outro na
madrasta, caminha com Gabriel e no trajeto para realidade se Poe na frente do
anjo.
- Eu quero ficar – exclamou convicta
de suas palavras – Quero estar com você e meus pais sempre.
Gabriel segura a mão de Anne levando a
sua boca beija seus dedos.
Enquanto isso...
Rennan não agüenta mais esperar,
aquele hospital o estava sufocando. Um tiro não causaria a dor que sentiu ao
abrir a porta do apartamento e ver Anne no chão baleada, inconsciente. O medico
se aproxima, seu rosto traz um semblante de cansaço e tristeza.
- Fale doutor, como ela esta? –
questiona Rennan nervoso.
O medico abaixa a cabeça, seus lábios se contraem.
- Sinto muito, a perdemos – diz
aproximando de Rennan e lhe entregando o colar que Anne usava o que tantas
vezes disse que traria sorte nos momentos difíceis.
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