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quinta-feira, 1 de maio de 2014

Capítulo 3 de Universo Paralelo

UMA NOVELA DE JOYCE PEEPERS
CAPÍTULO 3
CNTV APRESENTA:


Eram mais das nove da manhã. Anne se apressou a entrar no banheiro e olhou seu reflexo desesperada.
- Como vou atender meus clientes neste estado?
- Bom, tenho uma maquiagem importada que pudesse resolver sua situação, mas você não usa... então, sinto muito – exclamou Daniele saindo do quarto.
A campainha toca, Daniele corre para atender na esperança que seja Eduardo.
- Ummm, o que deseja? – questionou ao abrir a porta e sentir sua animação escorrer por suas mãos.
- Solicito falar com Anne Guimar, ela se encontra?
- Ela só atende clientes no escritório, em casa é restrito, então querido vou te passar o endereço...
- Sou policial - Rennan a observava com atenção, em silêncio, como se a analisasse.
- Vou avisar pra ela que tem visita, com licença – Daniele abre espaço para Rennan entrar no apartamento, sorrindo o deixa sozinho na sala.
Daniele bate no quarto de Anne apressada e inquieta não espera a amiga abrir a porta.
- Não sei o que fez, mas tem um tira na sala – murmurou para a amiga.
- Policia?
- Gato.
- Você não tem jeito – sorriu terminando de se arrumar.
Na sala Rennan observava os quadros fotográficos de Daniele, deduziu que Anne não era dona do apartamento. Quinze minutos depois Anne entra na sala.
- Bom dia, em que posso lhe ajudar?
- É uma longa historia senhorita Guimar. Sente-se.
Ao ver que ela apenas o fitava sem nenhuma reação, completou:
- Por favor.
- Bem, estou sentada - ela declarou em desafio momentos depois, cruzando as pernas.
Rennan conta a historia de seu acidente na noite anterior, sem rodeios lança o real motivo de estar naquele apartamento.
- Andei pesquisando sobre o acidente de seu pai – ele faz uma pausa – Na minha opinião  não existiu acidente, os acontecimentos foram todos planejados, bem bolados. Seu pai era um homem rico e estava envolvido com peças de extrema importância. Isso pode ter sido assassinato.
Ela tentava se controlar, mas a voz lhe saiu alterada:
- E eu sou a principal suspeita, é isso?
- Senhorita Anne não estou lhe acusando - Rennan precisou de todo o seu autocontrole para não elevar a voz.
- Pois bem, então me explique melhor. Quem iria querer matar meu pai?
- É isso que vim fazer aqui, ver se teria alguma suspeita, alguém de quem ele temesse.
- Desculpe, mas não poderei lhe ajudar. Meu pai viaja muito, passávamos pouco tempo juntos e em nenhum momento deixou escapar que estava sendo ameaçado ou algo do gênero...
A conversa é cortada por um ruído estranho vindo do quarto. Os dois se olham, no instante seguinte Rennan saca a arma após ouvir o grito de Daniele, eles correm em direção a garota.
- Eu estou começando a pensar que minha família deve ter algum tipo de maldição – disse Anne ao olhar o quarto pixado com letras sangue “JUSTÇA”.
- Há mais alguém neste apartamento?
- Não, coisas estranhas vem acontecendo desde a morte do pai da Anne  revelou Daniele nos braços da amiga.
As letras molhadas escorriam o liquido vermelho, Rennan se aproxima reconhecendo o cheiro de sangue.
- Vou chamar alguém para coletar este resíduo da parede, se for mesmo sangue. Pegaremos o engraçadinho – ele sai do quarto com o celular em mãos.

A noite...
No jantar Anne não consegue se alimentar devido a ansiedade pelo resultado da amostra colhida em seu quarto. Caminha devagar pelo corredor, uma luz no quarto de Daniele começa a piscar ela chama pela amiga.
- Dani, sua luz esta...
Anne solta um grito abafado, seus olhos não reconhecem o que esta a sua frente. O medo toma conta de seu corpo ao se deparar com  a amiga em estado de transe, Daniele vira o pescoço na direção de Anne seus olhos estão completamente vermelho.
- Daniele, o que esta acontecendo – pergunta com sua garganta seca, tremula, da um passo atrás esbarrando em um vaso no corredor.
O barulho do objeto se despedaçando no chão libera Daniele do transe. Ela cai no chão. Anne liga para Eduardo que corre para o apartamento da ex-noiva.
- Não sei o que aconteceu... Edu, os olhos dela ficaram vermelhos, parecia sangue vivo – comenta Anne tentando explicar a Eduardo o que aconteceu.
- Precisamos de ajuda Anne, de alguém que entenda sobre esse outro lado. Acho que você esta lidando com algo sobrenatural - explica Eduardo abraçando Anne.
As luzes se apagam, Anne levanta do sofá assustada. Ela sente outra presença na sala.
- Edu? – seu coração bate frenético – esta sentindo aquele cheiro?
- Sim, fique calma - diz abraçando Anne.
Na penumbra do corredor eles observam um corpo caminhando para a sala. Eduardo tenta localizar seu celular sobre a mesinha de centro. Em um ritmo desconhecido o corpo se desloca como se houvesse levado uma descarga elétrica, porém seus movimentos eram devagar, arrastando a perna caminha de encontro a eles. A presença é sentida por Anne que absorve o cheiro de Camélia.

Continua...



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