UMA NOVELA DE JOYCE PEEPERS
CAPÍTULO 3
CNTV APRESENTA:
Eram mais das nove da manhã. Anne se apressou a entrar no banheiro e
olhou seu reflexo desesperada.
- Como vou atender meus clientes neste estado?
- Bom, tenho uma maquiagem importada que pudesse resolver sua situação,
mas você não usa... então, sinto muito – exclamou Daniele saindo do quarto.
A campainha toca, Daniele corre para atender na esperança que seja
Eduardo.
- Ummm, o que deseja? – questionou ao abrir a porta e sentir sua animação
escorrer por suas mãos.
- Solicito falar com Anne Guimar, ela se encontra?
- Ela só atende clientes no escritório, em casa é restrito, então
querido vou te passar o endereço...
- Sou policial - Rennan a observava com atenção, em silêncio, como se a
analisasse.
- Vou avisar pra ela que tem visita, com licença – Daniele abre espaço
para Rennan entrar no apartamento, sorrindo o deixa sozinho na sala.
Daniele bate no quarto de Anne apressada e inquieta não espera a amiga
abrir a porta.
- Não sei o que fez, mas tem um tira na sala – murmurou para a amiga.
- Policia?
- Gato.
- Você não tem jeito – sorriu terminando de se arrumar.
Na sala Rennan observava os quadros fotográficos de Daniele, deduziu que
Anne não era dona do apartamento. Quinze minutos depois Anne entra na sala.
- Bom dia, em que posso lhe ajudar?
- É uma longa historia senhorita Guimar.
Sente-se.
Ao ver que ela apenas o fitava sem nenhuma
reação, completou:
- Por favor.
- Bem, estou sentada - ela declarou em desafio
momentos depois, cruzando as pernas.
Rennan conta a historia de seu acidente na
noite anterior, sem rodeios lança o real motivo de estar naquele apartamento.
- Andei pesquisando sobre o acidente de seu pai
– ele faz uma pausa – Na minha opinião
não existiu acidente, os acontecimentos foram todos planejados, bem
bolados. Seu pai era um homem rico e estava envolvido com peças de extrema
importância. Isso pode ter sido assassinato.
Ela tentava se controlar, mas a voz lhe saiu
alterada:
- E eu sou a principal suspeita, é isso?
- Senhorita Anne não estou lhe acusando -
Rennan precisou de todo o seu autocontrole para não elevar a voz.
- Pois bem, então me explique melhor. Quem iria
querer matar meu pai?
- É isso que vim fazer aqui, ver se teria
alguma suspeita, alguém de quem ele temesse.
- Desculpe, mas não poderei lhe ajudar. Meu pai
viaja muito, passávamos pouco tempo juntos e em nenhum momento deixou escapar
que estava sendo ameaçado ou algo do gênero...
A conversa é cortada por um ruído estranho
vindo do quarto. Os dois se olham, no instante seguinte Rennan saca a arma após
ouvir o grito de Daniele, eles correm em direção a garota.
- Eu estou começando a pensar que minha família
deve ter algum tipo de maldição – disse Anne ao olhar o quarto pixado com
letras sangue “JUSTÇA”.
- Há mais alguém neste apartamento?
- Não, coisas estranhas vem acontecendo desde a
morte do pai da Anne revelou Daniele nos
braços da amiga.
As letras molhadas escorriam o liquido
vermelho, Rennan se aproxima reconhecendo o cheiro de sangue.
- Vou chamar alguém para coletar este resíduo
da parede, se for mesmo sangue. Pegaremos o engraçadinho – ele sai do quarto
com o celular em mãos.
A noite...
No jantar Anne não consegue se alimentar devido
a ansiedade pelo resultado da amostra colhida em seu quarto. Caminha devagar
pelo corredor, uma luz no quarto de Daniele começa a piscar ela chama pela
amiga.
- Dani, sua luz esta...
Anne solta um grito abafado, seus olhos não
reconhecem o que esta a sua frente. O medo toma conta de seu corpo ao se
deparar com a amiga em estado de transe,
Daniele vira o pescoço na direção de Anne seus olhos estão completamente
vermelho.
- Daniele, o que esta acontecendo – pergunta
com sua garganta seca, tremula, da um passo atrás esbarrando em um vaso no
corredor.
O barulho do objeto se despedaçando no chão
libera Daniele do transe. Ela cai no chão. Anne liga para Eduardo que corre
para o apartamento da ex-noiva.
- Não sei o que aconteceu... Edu, os olhos dela
ficaram vermelhos, parecia sangue vivo – comenta Anne tentando explicar a
Eduardo o que aconteceu.
- Precisamos de ajuda Anne, de alguém que
entenda sobre esse outro lado. Acho que você esta lidando com algo sobrenatural
- explica Eduardo abraçando Anne.
As luzes se apagam, Anne levanta do sofá
assustada. Ela sente outra presença na sala.
- Edu? – seu coração bate frenético – esta
sentindo aquele cheiro?
- Sim, fique calma - diz abraçando Anne.
Na penumbra do corredor eles observam um corpo
caminhando para a sala. Eduardo tenta localizar seu celular sobre a mesinha de
centro. Em um ritmo desconhecido o corpo se desloca como se houvesse levado uma
descarga elétrica, porém seus movimentos eram devagar, arrastando a perna
caminha de encontro a eles. A presença é sentida por Anne que absorve o cheiro
de Camélia.
Continua...
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