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quinta-feira, 12 de junho de 2014

Capítulo 32 de Sombras da Noite



Cena I: Salão Jaque's Center - Noite
Em passos rápidos Valentin corta a multidão para chegar em Ellen e Vlades. Antônio segura em seu braço, impedindo de fazer uma besteira.
Antônio: Tente se controlar! Não vale a pena nos expor nesse baile. Iria envolver muitos inocentes - murmura para seu amigo.
Valentin: Tem razão! - diz com foco nos dois em meio ao salão.
Depois de dançar com Vlades seu corpo parecia estar em choque, Ellen sentia uma dormencia invadindo sua alma.

Cena II: Jardim Salão - Noite
Feliz com o plano de separar sua filha de seu suposto filho Ricardo, Roger agradece a  Coelho.
Roger: Agora você tem que desaparecer daqui antes que Antônio lhe veja. Amanha conversamos - diz mandando o homem embora.
Porém Antônio já estava na cola dele a muito tempo, em outra ocasião tinha visto ele com Mel. E agora acaba de descobrir que Roger armou para separar seu filho da garota. Ele segue Coelho até a favela.

Cena III: Salão Jaque's Center - Noite
O baile termina, Ellen consegue conversar com Ricardo. O garoto nega qualquer envolvimento com a mulher que lhe beijou. Valentin segue Ellen até o estacionamento.
Valentin: Quer carona? - questiona indicando sua moto.
Ellen: Não, minha mãe está vindo me buscar!
Valentin: Liga pra ela e diz que vai comigo.
Ellen: Você tem cada idéia - diz sorrindo - Ela já está a caminho.
Um carro para em frente a eles. Elena desce do carro, em seguida Sérgio também desce. Os olhos de Valentin se estreitam ao cruzar com os de Sérgio.
Valentin: Boa noite Ellen, nos vemos no colégio - se despediu sem encarar a garota.
Ellen não conseguia tirar os olhos de seu pai. Fazia exatamente dez anos que não o via. Sérgio caminha até Ellen e lhe abraça, as lágrimas de sua filha queimam em seu coração. Um pesar, uma dor por ter ficado tanto tempo longe.

Cena IV: Favela - Madrugada
Sem perceber Coelho estava sendo seguido. Antônio fica na estreita esperando a hora certa para acabar de vez com quem tentou lhe matar. Coelho entra em uma casa, acende as luzes. Antônio escuta vozes femininas. Uma criança chama Coelho de pai, mas para Antônio àquilo não lhe interessava estava decidido a tirar a vida de Coelho na frente de todos se fosse necessário.
Antônio: Então é aqui que você mora! - diz depois de abrir a porta com um chute violento. Mas seu corpo não consegue entrar na casa.
A criança começa a chora, corre para os braços do pai. Coelho abraça a criança.
Antônio: Pode se agarrar até no diabo, isso não vai fazer eu mudar de ideia - disse tentando entrar na casa impedido por forças estranhas.
Coelho: Vamos resolver isso aqui fora, na frente dos meus filhos não - pede coma voz entrecortada.
Antônio abre espaço para ele sair. Do lado de fora da casa Coelho saca uma arma e descarrega em cima de Antônio. 


Cena I: Favela - Madrugada
Após descarregar sua arma em Antônio, o homem corre desesperado enquanto o novo vampiro retira as balas calmamente de seu corpo. Coelho entra na mata, corre por entre as árvores a procura de um lugar para se esconder.
Antônio: Sinto seu cheiro verme! Esse cheiro de medo é tão parecido com o que senti na noite em que tentou me matar - acusa retirando o homem de trás de um arbusto.
Antônio lança  Coelho de encontro a uma árvore.
Coelho: Por favor, eu tenho família, um filho para criar! Tenha piedade - rogou em prantos.
Antônio: Sua prece foi parecida com a minha - disse erguendo o homem pela camisa - Agora me diz o que você fez depois que implorei para viver?
Coelho: Não, não, por favor!
Sem chance de alguém fazer Antônio mudar de ideia, ele pega um pedaço de madeira e golpeia o peito de Coelho. A estaca entra de um lado a outro, o sangue de Coelho suja suas mãos. Porém não sentiu vontade de provar aquele sangue sujo por mais que estivesse com sede.

Cena II: Residência Turci - Manhã
Após tomar seu banho demorado Ellen, escova seu cabelo e lembra-se da noite passada. Estava dividida entre Valentin e Vlades.
Sérgio: Bom dia filha! - exclamou entrando no quarto.
Ellen: Às vezes  é bom bater na porta! - ignora a seu pai.
Sérgio: Filha temos que ter uma conversa séria! Semana que vem é seu aniversário... Irá completar dezoito anos!
Ellen: Nossa lembrou-se do meu aniversário, que estranho porque acho que você esqueceu-se dos outros dezessete! - resmunga irônica.
Sérgio inspira profundamente.
Ellen: Eu vi aquele diário ridículo que deixou pra mim! Então poupa seu tempo...
Sérgio pede para que sua filha se sente a seu lado. Ellen arqueia uma sobrancelha se recusando.
Sérgio: Filha somos de uma linhagem de caçadores... Caçadores de seres sobrenaturais! Pra ser mais exato "vampiros" - ele faz uma pausa para olhar o rosto confuso de Ellen - é difícil de acreditar, eu sei! Mas assim como eu você tem essa marca.
O pai de Ellen ergue a camisa e mostra um símbolo na lateral de suas costelas. A marca escura parecia uma ave predadora semelhante a uma águia.
Ellen: Eu não tenho essa marca!
Sérgio: Na noite de sábado, depois que completar dezoito anos ela queimará em sua pele!
A garota nega com a cabeça, sentando ao lado do pai.
Ellen: Você é maluco!
Sérgio: Pegue isso - diz retirando uma caixinha do bolso de seu terno - é um presente de seu avô... Era meu e agora será seu por direito!
Ellen abre a caixinha, um colar com uma pedra negra reluz sob a luz do sol.
Sérgio: Mas poderá usar somente quando entender o que você realmente é! - comentou guardando a caixinha na gaveta de meias de Ellen - Se a pessoa errada usar este colar algo terrível pode acontecer!
Ellen: Como assim algo terrível?
Sérgio: Você vai descobrir filha, tudo a seu tempo - disse enquanto saia do quarto.

Cena III: Favela - Manhã
Depois de retirar o sangue de Coelho de suas mãos, Antônio bate a porta do assassino. A mulher de estatura baixa e com olhos fundos o atende. Ao reconhece-lo tenta fechar a porta.
Antônio: Eu não posso entrar em sua casa se não me convidar! Seu marido está morto - comentou explicando onde deixou o corpo de Coelho - Ele não era boa pessoa, fez coisas absurdas, matou pessoas... O que vou fazer não trará ele de volta. Mas garantirá que seu filho não se torne um assassino como o pai.
Antônio deixa uma maleta de dinheiro do lado de fora da porta. Meio milhão de reais, daria para eles recomeçar a vida em um lugar com menos violência.
Antônio: Adeus!
Sem rancor, sem mágoas. Não havia arrependimento nas palavras de Antônio. Ele parte deixando a maleta na porta da mulher. Ela abre a porta com os olhos lacrimejantes, sua garganta seca ao ver tanto dinheiro, a senhora olha para o horizonte, não havia nenhum rastro de Antônio.
  

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