Cena
I: Salão Jaque's Center - Noite
Em passos rápidos Valentin corta a multidão para
chegar em Ellen e Vlades. Antônio segura em seu braço, impedindo de fazer uma
besteira.
Antônio: Tente se controlar! Não
vale a pena nos expor nesse baile. Iria envolver muitos inocentes - murmura
para seu amigo.
Valentin: Tem razão! - diz com foco
nos dois em meio ao salão.
Depois de dançar com Vlades seu corpo parecia estar em
choque, Ellen sentia uma dormencia invadindo sua alma.
Cena
II: Jardim Salão - Noite
Feliz com o plano de separar sua filha de seu suposto
filho Ricardo, Roger agradece a Coelho.
Roger: Agora você tem que
desaparecer daqui antes que Antônio lhe veja. Amanha conversamos - diz mandando
o homem embora.
Porém Antônio já estava na cola dele a muito tempo, em
outra ocasião tinha visto ele com Mel. E agora acaba de descobrir que Roger
armou para separar seu filho da garota. Ele segue Coelho até a favela.
Cena
III: Salão Jaque's Center - Noite
O baile termina, Ellen consegue conversar com Ricardo.
O garoto nega qualquer envolvimento com a mulher que lhe beijou. Valentin segue
Ellen até o estacionamento.
Valentin: Quer carona? - questiona
indicando sua moto.
Ellen: Não, minha mãe está vindo
me buscar!
Valentin: Liga pra ela e diz que vai
comigo.
Ellen: Você tem cada idéia - diz
sorrindo - Ela já está a caminho.
Um carro para em frente a eles. Elena desce do carro,
em seguida Sérgio também desce. Os olhos de Valentin se estreitam ao cruzar com
os de Sérgio.
Valentin: Boa noite Ellen, nos vemos
no colégio - se despediu sem encarar a garota.
Ellen não conseguia tirar os olhos de seu pai. Fazia
exatamente dez anos que não o via. Sérgio caminha até Ellen e lhe abraça, as
lágrimas de sua filha queimam em seu coração. Um pesar, uma dor por ter ficado
tanto tempo longe.
Cena
IV: Favela - Madrugada
Sem perceber Coelho estava sendo seguido. Antônio fica
na estreita esperando a hora certa para acabar de vez com quem tentou lhe
matar. Coelho entra em uma casa, acende as luzes. Antônio escuta vozes
femininas. Uma criança chama Coelho de pai, mas para Antônio àquilo não lhe
interessava estava decidido a tirar a vida de Coelho na frente de todos se
fosse necessário.
Antônio: Então é aqui que você mora!
- diz depois de abrir a porta com um chute violento. Mas seu corpo não consegue
entrar na casa.
A criança começa a chora, corre para os braços do pai.
Coelho abraça a criança.
Antônio: Pode se agarrar até no
diabo, isso não vai fazer eu mudar de ideia - disse tentando entrar na casa
impedido por forças estranhas.
Coelho: Vamos resolver isso aqui
fora, na frente dos meus filhos não - pede coma voz entrecortada.
Antônio abre espaço para ele sair. Do lado de fora da
casa Coelho saca uma arma e descarrega em cima de Antônio.
Cena
I: Favela - Madrugada
Após descarregar sua arma em Antônio, o homem corre
desesperado enquanto o novo vampiro retira as balas calmamente de seu corpo.
Coelho entra na mata, corre por entre as árvores a procura de um lugar para se
esconder.
Antônio: Sinto seu cheiro verme!
Esse cheiro de medo é tão parecido com o que senti na noite em que tentou me
matar - acusa retirando o homem de trás de um arbusto.
Antônio lança
Coelho de encontro a uma árvore.
Coelho: Por favor, eu tenho
família, um filho para criar! Tenha piedade - rogou em prantos.
Antônio: Sua prece foi parecida com
a minha - disse erguendo o homem pela camisa - Agora me diz o que você fez
depois que implorei para viver?
Coelho: Não, não, por favor!
Sem chance de alguém fazer Antônio mudar de ideia, ele
pega um pedaço de madeira e golpeia o peito de Coelho. A estaca entra de um
lado a outro, o sangue de Coelho suja suas mãos. Porém não sentiu vontade de
provar aquele sangue sujo por mais que estivesse com sede.
Cena
II: Residência Turci - Manhã
Após tomar seu banho demorado Ellen, escova seu cabelo
e lembra-se da noite passada. Estava dividida entre Valentin e Vlades.
Sérgio: Bom dia filha! - exclamou
entrando no quarto.
Ellen: Às vezes é bom bater na porta! - ignora a seu pai.
Sérgio: Filha temos que ter uma
conversa séria! Semana que vem é seu aniversário... Irá completar dezoito anos!
Ellen: Nossa lembrou-se do meu
aniversário, que estranho porque acho que você esqueceu-se dos outros
dezessete! - resmunga irônica.
Sérgio inspira profundamente.
Ellen: Eu vi aquele diário
ridículo que deixou pra mim! Então poupa seu tempo...
Sérgio pede para que sua filha se sente a seu lado. Ellen
arqueia uma sobrancelha se recusando.
Sérgio: Filha somos de uma linhagem
de caçadores... Caçadores de seres sobrenaturais! Pra ser mais exato
"vampiros" - ele faz uma pausa para olhar o rosto confuso de Ellen -
é difícil de acreditar, eu sei! Mas assim como eu você tem essa marca.
O pai de Ellen ergue a camisa e mostra um símbolo na
lateral de suas costelas. A marca escura parecia uma ave predadora semelhante a
uma águia.
Ellen: Eu não tenho essa marca!
Sérgio: Na noite de sábado, depois
que completar dezoito anos ela queimará em sua pele!
A garota nega com a cabeça, sentando ao lado do pai.
Ellen: Você é maluco!
Sérgio: Pegue isso - diz retirando
uma caixinha do bolso de seu terno - é um presente de seu avô... Era meu e
agora será seu por direito!
Ellen abre a caixinha, um colar com uma pedra negra
reluz sob a luz do sol.
Sérgio: Mas poderá usar somente
quando entender o que você realmente é! - comentou guardando a caixinha na
gaveta de meias de Ellen - Se a pessoa errada usar este colar algo terrível
pode acontecer!
Ellen: Como assim algo terrível?
Sérgio: Você vai descobrir filha,
tudo a seu tempo - disse enquanto saia do quarto.
Cena
III: Favela - Manhã
Depois de retirar o sangue de Coelho de suas mãos,
Antônio bate a porta do assassino. A mulher de estatura baixa e com olhos
fundos o atende. Ao reconhece-lo tenta fechar a porta.
Antônio: Eu não posso entrar em sua
casa se não me convidar! Seu marido está morto - comentou explicando onde
deixou o corpo de Coelho - Ele não era boa pessoa, fez coisas absurdas, matou
pessoas... O que vou fazer não trará ele de volta. Mas garantirá que seu filho
não se torne um assassino como o pai.
Antônio deixa uma maleta de dinheiro do lado de fora
da porta. Meio milhão de reais, daria para eles recomeçar a vida em um lugar
com menos violência.
Antônio: Adeus!
Sem rancor, sem mágoas. Não havia arrependimento nas
palavras de Antônio. Ele parte deixando a maleta na porta da mulher. Ela abre a
porta com os olhos lacrimejantes, sua garganta seca ao ver tanto dinheiro, a senhora
olha para o horizonte, não havia nenhum rastro de Antônio.
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