CNTV

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Capítulo 1 de Universo Paralelo


UMA NOVELA DE JOYCE PEEPERS
CAPÍTULO 1
CNTV APRESENTA:

 
Capítulo 1 – O que não mata te assusta ainda mais

Em seu quarto Anne senta em sua cama e olha para a imagem de seu pai em um quadro no criado mudo. Ela sorri ao lembrar-se de como tudo era antes do acidente fatal.
- Sinto sua falta, todo dia toda hora... A cada minuto - disse abraçando o quadro em prantos.
- Anne por acaso você viu meu batom rose? - perguntou apressada entrando no quarto - Amiga, já se passaram dois meses desde que tudo aconteceu... Você tem que se recuperar! Vamos sair, vamos viajar, viver!
Daniele é a melhor amiga de Anne, cresceram juntas. Era o tipo de amizade em que tudo era feito junto, se uma estava bem à outra também. Um laço inabalável entre duas pessoas opostas.
- Estou tentando seguir em frente! - comentou deixando o quadro na cabeceira da cama.
- Ah, não está parecendo isso não! - brincou retirando a amiga da cama - Vamos sair pra curtir a noite?
- Não, nem se eu quisesse! Estou estudando um caso...
- Amanha te ajudo! - disse empurrando a amiga para o guarda roupa - Esse não, esse é horrível, nossa, esse aqui é do tempo em que minha avó era virgem! - brincou olhando as roupas de Anne dentro do guarda roupa.
- Você é terrível! - exclamou Anne sorrindo, ela abraça a amiga - Obrigado, por tudo! Por me acolher no seu apartamento e por ser uma boa amiga.
- Quando mais precisei você me amparou, só estou retribuindo!Mas estou pensando em cobrar juros - disse separando um look para a amiga - Tem tesoura?
- Nem pensar! - exclamou entendendo a ideia da amiga - Não vai cortar minha saia fit & flare...
- Tudo aqui é comprido demais, cafona demais e velho demais!
- Deixa que eu me arrumo sozinha, tchauzinho - falava levando sua amiga para a porta.
Daniele para na porta com as mãos na cintura.
- Só te lembrando de que estamos indo para a balada e não para a missa do papa. Então tente ser um pouco Rebelde!
Anne fecha a porta, olha a roupa esticada em sua cama. Sua carreira como advogada exigia uma postura social, seu estilo de vida não se encaixava nas festas de Daniele que era uma socialite exemplar. Seu celular toca, ela olha o visor desanimada ao ver o nome de Eduardo seu ex-noivo.
- Oi!
- Oi... Aconteceu alguma coisa Eduardo? - pergunta sem animação na voz.
- Não, só liguei pra ver como esta se sentindo! Pareceu deprimida no escritório está tarde, está tudo bem?
Ela caminha para a janela, abre as cortinas e encara a rua vazia.
- Sim, estou bem! Obrigado pela preocupação...
Anne para a conversa no meio ao focar seus olhos num estranho de capuz e sobretudo negro do lado de fora do apartamento do outro lado da rua. O homem olha para sua janela. Anne não consegue ver o rosto, um frio percorre sua espinha.
- Está tudo bem mesmo? O que aconteceu? Anne está me ouvindo - Questiona Eduardo aflito.
- Sim, não... Não sei, tem um homem do lado de fora encarando minha janela, ele está de capuz não consigo ver seu rosto, mas posso ter certeza de que está olhando diretamente pra mim!
- Estou indo aí, tranquei as portas e abra somente pra mim! - exige preocupado.
Na fração de segundos em que ela olha para o celular e retorna a olhar para o ponto onde o desconhecido estava vê somente uma fumaça escura entrando pelo bueiro. Daniele bate na porta perguntando se a amiga estava pronta para a balada.
- Eu não vou! - anuncia Anne para a decepção de sua amiga - O Eduardo está vindo pra cá...
- Vocês vão reatar o noivado? - pergunta não negando sua tristeza.
- Não, ele só vai dar uma passadinha aqui para ver se está tudo bem!
- Nesse caso também vou ficar em casa - diz sentado nos pés da cama de Anne.
- Não quero estragar sua noite amiga, pode ir se divertir!
- Não teria graça sem você mesmo - comenta sorrindo - Quer chá?
- Uhum! - diz seguindo a amiga para a cozinha.

Enquanto isso...
No carro Eduardo dirige com cuidado, a tempestade atrapalha a visibilidade. Ele fura o sinal vermelho. Um caminhoneiro buzina furioso tendo que frear bruscamente para não atingir seu carro.
- Deus essa foi por pouco! - choraminga Eduardo assustado.
Um homem de capuz olha tudo do outro lado da rua. Com a adrenalina em suas veias Eduardo para no acostamento. Depois de alguns minutos segue seu percurso ele estaciona em frente ao apartamento de Daniele. Ao descer do carro tem a sensação de ser observado. Eduardo olha para os quatro cantos da rua deserta naquela noite chuvosa, corre para o apartamento com intuito de fugir da chuva.
- Por acaso você viu algo estranho ou alguem rondando o apartamento? - pergunta retirando seu blazer molhado no hall. 
- Não senhor!- diz secamente um homem na recepção.
Eduardo olha o homem sair do prédio, debaixo de chuva ele atravessa a rua sumindo na escuridão.
- Olá Eduardo! Nossa, quanto tempo sem nos ver - disse Daniele ao abrir a porta. 
- Pois é... Mas cadê a Anne?
- Estou aqui na sala - grita acenando para o ex-noivo que sorri docemente.
- Seu porteiro é muito estranho! Vocês deveriam exigir alguem qualificado para cuidar da recepção.
- Não temos porteiro faz dois meses! - exclamou Daniele entregando uma xícara de chá para Eduardo - O senhor Geraldo faleceu e o síndico não colocou ninguém no lugar desde então.
Eduardo e Anne se entreolham.
- Como ele estava vestido? - pergunta Anne curiosa - Viu o rosto dele?
- Estava com um casaco longo preto... Não olhei no rosto dele, me secava com uma toalha que está na recepção. Acha que pode ser o mesmo cara?
- Não sei! - diz ao se levantar e olhar pela janela a rua completamente vazia. 
- Helooo! Que cara? Do que vocês estão falando? - interroga os dois na sala.
- Calma Dani, é apenas uma pessoa que vi olhando para o apartamento de forma suspeita! Está tudo bem - tenta acalmar a amiga, Anne segura nas mãos de Daniele.
- Querem que eu passe a noite aqui?
- Não!
- Sim!- exclamou Daniele.
Anne olha de forma interrogativa para a amiga.
- É mais seguro ter um homem por perto! - tentou explicar - Fiquei com medo, existem tantos assassinos e estupradores a solta!
A noite parecia não ter fim, Anne deixa Eduardo e Daniele na sala. Em seu quarto caminha para a janela e puxa as cortinas. Relâmpagos clareiam o ambiente, pensativa deita-se em sua cama. Ela fecha os olhos e uma dormência atinge todo seu lado esquerdo, a sensação de ter alguem em seu quarto lhe olhando é fortemente sentida. Anne tenta abrir os olhos, mas uma força estranha impede que isso aconteça. Ela sente o colchão cedendo a um corpo, como se alguem estivesse deitando a seu lado, Anne sente vontade de gritar, porém seu corpo não reage a seus comandos tão naturais.
- Xsiiiii - exige alguem que ela fique quieta.
Seu coração bate tão forte e tão rápido que lhe assusta. Anne sente uma mão repousar sobre seu peito, seu coração se aquece e mais uma vez a dormência lhe atinge exatamente onde sentia aquele toque. Ela consegue abrir os olhos e o que vê não lhe agrada em nada.

Continua...



Nenhum comentário:

Postar um comentário